Nadia Saab : # Francis Alÿs

Caminhar ou passear é um tema recorrente na obra de Alÿs. Nascido na Bélgica, mudou- se para a Cidade do México em meados de 1980 em um momento de agitação política e lá começa a explorar temas como a modernização de programas na América Latina e zonas de fronteiras em áreas de conflito. Trabalha com projetos de vídeo e cinema, bem como intervenções urbanas. Sintéticos, rápidos e extremamente críticos; Alÿs tem algo de Beckett. Prova disso é o vídeo "Sometimes Making Something Leads to Nothing" (1997) onde ele empura um cubo de gelo pelas ruas do Cidade do México até que o memso derreta.

Outro projeto, o "VW Beetle" (2003), ele empurra um fusca pelas ruas de Wolfsburg, Alemanha, em meio a carros de luxo - e sob chuva - sem que nenhuma alma caridosa se disponha a ajudá-lo. Talvez isso explique por que preferiu ficar no México, afinal enfrentar violentos tornados. São menos perigosos do que o frio continente europeu.

Alÿs também faz obras em todo o mundo. Na Linha Verde, 2004, Alÿs caminhou ao longo da linha de armistício de 1948 entre Israel e a Jordânia, arrastando uma linha de tinta verde atrás dele, e provocando comentários sobre o conflito israelo-palestiniano.